terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Opinião - Two Truths and a Lie

Ficha Técnica:
Autor: Sara Shepard
Páginas: 397 (Kindle edition)
Editor: HarperTeen
ASIN: B005HFIDCU

Sinopse:
My killer is out there.

And my sister might be next.

Two months before I died, my best friend's brother disappeared. I have no idea where Thayer went or why he left, but I know it's my fault. I did a lot of horrible things while I was alive, things that made people "hate" me, maybe even enough to kill me.

Desperate to solve my murder, my long-lost twin, Emma, is pretending to be me and unraveling the many mysteries I left behind--my cryptic journal, my tangled love life, the dangerous Lying Game pranks I played. She's uncovered my friends' darkest secrets, but she's never had the chance to dig into Thayer's past--until now.

Thayer's back and Emma has to move fast to figure out if he's after revenge . . . or if he's already gotten it.

From Sara Shepard, the #1 "New York Times" bestselling author of the Pretty Little Liars books, comes a riveting series about secrets, lies, and killer consequences.

Opinião:
Em Two Truths and a Lie continuamos a seguir Emma na sua tentativa de descobrir como é que Sutton foi assassinada. Desta vez o suspeito principal é Thayer, que só por acaso está de volta à cidade.

Ao longo da história vamos observando Emma a tentar corrigir os erros de Sutton, a reconstruir as amizades que esta tinha, a descobrir o amor e a estar cada vez mais perto de descobrir quem é que matou a sua irmã. Ao mesmo tempo observamos que para Emma é cada vez mais difícil manter a sua personalidade diferenciada da da pessoa que pretende ser. Cada vez mais as suas acções começam a ser influenciadas e acabam por se tornar nas suas próprias acções deixando ser apenas um acto para enganar todos aqueles à sua volta. Assim sendo vamos progressivamente assistindo a uma perda de identidade que afecta a personagem principal e que a deixa de certa forma desamparada e sem saber se será capaz de continuar com esta charada. Ao mesmo tempo temos Ethan que a apoio em tudo, mas que de vez em quando parece ter umas atitudes um pouco irracionais. Por fim é-nos apresentado Thayer. Uma personagem enigmática e carismática, que atrai todos à sua volta incluindo o leitor. Aos poucos vamos sabendo o que aconteceu naquela fatídica noite, além do que havia entre Sutton e Thayer.

Os flashbacks apresentados estão bem conseguidos, com descrições que nos fazem sentir as emoções dos personagens à flor da pele. Além destes flashbacks da Sutton os seus comentários aos acontecimentos, os arrependimentos que vai sentindo, bem como os ciúmes são algo perfeitamente natural de um adolescente e algo que sem sombra de dúvidas consigo encaixar num personagem que não passa de um espírito e que abandonou este mundo cedo de mais.

A autora é bastante competente a construir todo o enredo levando-nos a acreditar em determinados aspectos que no fim não são nada daquilo que parece. Mais uma vez chegamos ao fim do livro e a única coisa que conseguimos pensar é: Afinal quem é que matou a Sutton?

domingo, 29 de dezembro de 2013

sábado, 28 de dezembro de 2013

Opinião - A Promessa

Ficha Técnica:
Autor: Lesley Pearse
Título Original: The Promise
Páginas: 528
Editor: ASA
ISBN: 9789892324722
Tradutor: ?

Sinopse:
No início de julho de 1914, a Europa vive os seus últimos dias de inocência.

A jovem Belle realizou os seus sonhos. A uma infância pouco comum seguiram-se anos dramáticos, ao longo dos quais quase cedeu ao desespero. Mas a sua coragem e determinação prevaleceram. A sua vida é agora feliz. Está casada com Jimmy, o seu primeiro amor, e conseguiu abrir a elegante loja de chapéus que sempre desejou. Mas a História do mundo está prestes a mudar. A I Guerra Mundial vai arrastar consigo milhões de pessoas. Belle e Jimmy abdicam de tudo para defenderem o seu país. São ambos destacados para França, onde Jimmy vai arriscar a vida nas trincheiras e Belle conduz uma ambulância da Cruz Vermelha. É um tempo de devastação sem precedentes em que sobreviver a cada dia representa uma vitória. E é quando o passado menos ocupa os seus pensamentos que Belle será obrigada a confrontá-lo pela derradeira vez.

Bastará um momento. Um homem. Um olhar. Entre a luta pela sobrevivência, uma paixão proibida e a lealdade devida a um grande amor, Belle está perante uma escolha impossível. Mas ao viver na pele um dos mais sangrentos conflitos da História, terá ela poder sobre o seu destino?

A Promessa é a continuação da história de Belle, a inspiradora heroína de Sonhos Proibidos.

Opinião:
Este é o terceiro livro que leio desta autora. Sempre que leio as sinopses fico extremamente curiosa acerca da premissa do livro, infelizmente até agora nenhum foi capaz de me conquistar. Para mim os livros da autora são daqueles que "se lêem", mas sinceramente não me vejo a perder tempo, novamente, com esta autora.

A Promessa continua a mostrar-nos a história de Belle, o que se sucedeu ao seu casamento com Jimmy, atravessando o período da I Guerra Mundial, e todas as consequências que daí advieram. Este foi o livro que menos gostei da autora.

Tal como no anterior achei que a autora enrolava de mais e a história não se desenvolvia. Os acontecimentos relativamente à guerra não foram capazes de me chocar, e isso deixou-me insatisfeita. A autora fala desses horrores mas não consegue passar todo o choque e todo o horror para o leitor. As feridas, as mortes, as condições em que os soldados viviam não me conseguiram afectar e emocionar. Houve apenas duas alturas em que a autora me conseguiu tocar, e talvez por isso mesmo não me sinta tão defraudada.

Infelizmente, ao longo de tanta página, a autora não foi capaz de me fazer gostar da personagem principal. Achei a todo o momento que Belle era uma personagem que não sabe o que quer, de certa forma falsa e cínica. As partes que me custavam menos a ler eram aquelas que eram contadas do ponto de vista de outras personagens, pois pareciam-me mais reais, mais verdadeiras. Tudo aquilo que li contado do ponto de vista de Belle me pareceu oco, sem emoção, a todo o momento ela se me apresentou como uma personagem superficial. Além disso detestei o final. Achei-o extremamente forçado, rápido e a autora utilizou a técnica mais simples para se livrar do berbicacho em que se meteu.

Uma autora que em princípio não voltarei a ler, mas que acredito capaz de fazer as delícias de vários leitores.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Opinião - The King's Buccaneer

Ficha Técnica:
Autor: Raymond E. Feist
Páginas: 623 (Paperback)
Editor: HarperCollins
ISBN: 0586203222

Sinopse:
Long recovered from the ravages of the Riftwar, the land and people of the kingdom of the Isles thrive. Nicholas, the youngest son of Prince Arutha, is intelligent and gifted but vastly inexperienced. In hopes of hardening him, his father sends him and his irreverent squire, Harry, to live at Rustic Castle Crydee to learn of life beyond the halls of privilege. But within weeks of Nicholas and Harry's arrival, Crydee is viciously attacked by unknown assailants, resulting in murder, massive destruction, and the abduction of two young noblewomen. The raiders have come from a pirate haven and are no ordinary foe ... but an enemy connected to dark magical forces that threaten the lands Nicholas will someday rule -- if he survives.

Set ten years after the events in "Prince of the Blood", this book is a remarkable adventure of mystery and magic.

In Amos Trask's ship, Prince Nicholas and Squire Harry set sail for a friendly visit to Uncle Martin in Crydee. But while the two are guests in Crydee, disaster strikes. Nicholas, third son of Prince Arutha, is a gifted youngster, but sheltered by life at his father’s court in Krondor. To learn more of the world outside the palace walls, Nicholas and his squire, Harry, set sail for pastoral Crydee, where Arutha grew up. Shortly after their arrival, Crydee is brutally attacked. The castle is reduced to ruins, the townspeople slaughtered and two young noblewomen – friends of Nicholas – are abducted. As Nicholas ventures further from the familiar landmarks of his home in pursuit of the invaders, he learns that there is more at stake than the fate of his friends, more even than fate of the Kingdom of the Isles, for behind the murderous pirates stands a force that threatens the entire world of Midkemia, and only he is destined to confront this terrifying threat.

Opinião:
E uma vez mais Feist conseguiu surpreender-me. Como podem ver aqui no blog não tinha gostado muito do primeiro livro desta duologia, tal como não gostei muito dos livros Mago - Aprendiz e Mago - Mestre. Acho que é mesmo defeito do autor que guarda os enredos mais interessantes e as melhores personagens para os livros seguintes.

Neste livro ficamos então a conhecer Nicholas, o filho mais novo de Arutha, que terá nascido com uma má formação num pé. Toda a sua vida Nicholas se tentou adaptar a esta deformidade, mas de certa forma sentia-se seguro com a mesma porque sabia até onde podia ir e tomava decisões baseadas nisso, nunca se arriscando. Mas tudo isto mudou a partir do momento em que tem que partir em busca dos súbditos de Crydee.

Ao longo de toda a história vemos Nicholas a crescer, tal como Harry. Ambos se mostram duas crianças ao início, apesar dos seus 17 anos, sendo que ao longo da narrativa vão crescendo, evoluindo. Nicholas vai aprendendo a confiar em si, a tomar decisões, permitir-se correr riscos. Vai mostrar de que fibra é feito e que é muito parecido com o próprio pai. Já Harry, apesar de não vermos tanto dele, irá também passar de arruaceiro para alguém mais comedido, que desenvolve apetências em diversas áreas. Mas não são só os novos personagens que encantam. Foi formidável voltar a encontrar alguns dos personagens da série Mago (Pug, Amos, Martin...) e também do livro anterior a este (Nakor e Ghuda). Cada momento passado com eles é fenomenal, principalmente sempre que Nakor está envolvido. Ele é, sem dúvida, um personagem impressionante, na minha opinião merecia um livro só para ele onde nos fosse contada a sua história.

Gostei de ver como o autor foi pegar novamente em acontecimentos iniciados em O Mago - Trevas de Sethanon e lhes deu continuidade, fazendo com que fossemos recordados que o verdadeiro perigo vem dos seres que pretendem destruir toda a população de Midkemia e não apenas a terra natal dos nosso personagens. Sendo que tenho estado a ler os livros em inglês conforme vão sendo editados para português estou curiosa para saber qual vai ser a próxima saga a ser traduzida (caso seja). Do pouco que li por aí o enredo vai-se tornando cada vez mais denso e obscuro, o que me leva a sentir bastante curiosa e com bastante vontade de continuar a ler esta saga.


A única coisa que me desagradou um pouco no livro foi algumas atitudes e maneira de estar de alguns personagens ser um pouco descabida para a idade. Os mais novos portam-se como se tivessem 13 anos em vez de 17 em determinados aspectos. E é me difícil imaginar uma pessoa de 60 anos (ou mais) agarrada a um machado ou a uma espada a mexer-se tão bem como um jovem e a distribuir porrada por tudo quanto é sítio.

Um livro que aconselho, de um autor que teve o condão de me cativar. Em seguida irei então atacar a Trilogia do Império, que se passa durante a saga do Mago.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Publicações Literárias

Não que seja muito de divulgar publicações das editoras, mas como descobri alguns livros interessantes que saem no final deste ano/início do próximo, decidi compilá-los e dá-los a conhecer (até para me ajudar a organizar):

Europa-América:


E como qualquer outro aficionado  por Tolkien este menino vem cá para casa fazer companhia aos outros que cá estão. Vai ficar lindo na prateleira ao lado de A Lenda de Sigurd e Gúdrun. Tenho a dizer que admiro a editora por apesar dos anos que já passaram ser capaz de manter a mesma linha de capas. Adoro vê-las todas bonitinhas na estante.





Planeta:

Vi a apresentação deste livro no blog Histórias da Elphaba e fiquei compeltamente rendida. Adorei a premissa e a sinopse e quando fui dar uma vista de olhos no Goodreads e verifiquei a pontuação fique completamente convencida. Este também há-de vir cá para casa, se não na versão portuguesa pelo menos na inglesa.





Saída de Emergência:


Não que a série ainda me desperte algum interesse, mas tendo em conta que li todos os outros (ou os tenho em casa por ler) este vai ter que vir recambiado também cá para casa. Lançamento para Janeiro.







Porque gosto de Robert E. Howard e tenho os seus outros livros e porque sem dúvida a ideia de ver Howard escrever contos de horror com um toque "Lovecraftniano" me deixa bastante curiosa. Lançamento para Fevereiro.


 
Porque tal como sempre ouvi toda a gente falar de Dan Simmons sem perceber muito bem o fascínio até o ler, o mesmo acontece com o Tigana de Kay. Assim sendo com a edição da segunda metade vou provavelmente aproveitar para trazer os dois volumes para casa. Lançamento para Março.






Já ouvi falar por diversas vezes da Série Mistborn, sendo a última no Fórum Fantástico. Fiquei extremamente curiosa e ouvi falar tão bem deste autora que sem dúvida o seu livro vem para casa comigo. Lançamento para Maio.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Sunday's Quotes (23)

“A book is a loaded gun in the house next door...Who knows who might be the target of the well-read man?” ― Ray BradburyFahrenheit 451

sábado, 21 de dezembro de 2013

Opinião - A Saga de Alex 9

Ficha Técnica:
Autor: Bruno Martins Soares
Páginas: 608
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374396

Sinopse:
Dois planetas em diferentes etapas de desenvolvimento. Duas guerras que podem levar ao extermínio. Uma profecia desconhecida. Qual será o papel de Alex 9?

Estamos no século XXII. Alex 9 é uma órfã adotada por uma poderosa corporação e treinada para ser a mais temível arma de combate que já existiu. Envolvida numa missão da qual desconhece os contornos, é lançada para os confins do espaço e só acorda duzentos anos depois na Terra. Mas não é a nossa Terra. Este novo planeta em tudo semelhante ao nosso vive numa Idade Média onde impérios se enfrentam em sangrentas batalhas. E a chegada de Alex 9 veio baralhar tudo pois cumpre uma antiga profecia. Atacada por forças misteriosas que procuram destruí-la, a jovem também encontra aliados inesperados e, quem sabe, algo que sempre julgou não estar destinado a si. Numa saga repleta de perigos, para sobreviver Alex 9 terá de desvendar os mistérios que levaram dois mundos distantes no espaço e no tempo a embrenharem-se em guerras sangrentas. E com armas magnéticas, espadas japonesas, batalhas de naves e cargas de cavalaria a concorrerem entre si, só uma mulher como Alex 9 tem hipóteses de o fazer. Mas qual será o preço?

Opinião:
Já foi à algum tempo que li o primeiro livro do Bruno, na altura ele ainda escrevia como MArtin S. Braun para a colecção Teen da Saída de Emergência. Alex 9 - A Guardiã da Espada cativou-me desde a primeira página, e Alex 9 - A Coroa dos Deuses manteve-me cativa. No círculo de pessoas com quem me dou no mundo literário o autor foi muitas vezes falado, umas vezes para bem, outras para mal. Eu sempre fui uma defensora da escrita do autor. Com o cancelamento da colecção Teen foi com prazer que vi o trabalho do autor a passar para a colecção Bang!, neste caso num volume único, contendo os dois volumes anteriores e o último que ainda não tinha sido publicado.

E finalmente cá estou eu, a dar o meu parecer sobre uma história que mais uma vez foi capaz de me cativar do início ao fim. Poderia ter optado por ler apenas o último livro, mas não o fiz. Li os três seguidos e foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Nunca me iria lembrar de todos os pormenores da história, nem nunca seria capaz de associar todos os nomes a todos os personagens e às suas proveniências. Parecem ser tantos e com nomes tão semelhantes e estranhos que foi preciso bastante atenção da minha parte para identificar onde é que aquele personagem se encaixava na narrativa. Acho que tirando este aspecto não houve propriamente algo na história de que não tenha gostado.

O autor entrelaça ficção científica de viagens no espaço e no tempo com uma era medieval semelhante à nossa, e fá-lo com uma mestria tal que tudo faz sentido, tudo encaixa. Nada nos parece descabido e sentimos que é perfeitamente normal vermos as armas mais mortíferas e de topo a serem utilizadas num planeta Terra onde ainda se vive à luz das velas. Para contar eficazmente a sua história o autor faz uso dos diferentes pontos de vista dos diferentes intervenientes da narrativa. Assim os acontecimentos são-nos relatados por alguém que estava no local, que presenciou o desenrolar de toda a acção. Além da constante troca de pontos de vista o autor alterna também entre os acontecimentos da Terra medieval e os acontecimentos no planeta natal de Alex 9 que levaram a que fosse enviada para essa Terra. Estes últimos servindo também para nos ir dando a conhecer quem ou o que é realmente Alex 9. Sendo que a explicação completa nos é dada no final da narrativa. Mas o mais impressionante é que em nenhum momento da história me senti perdida com tantos saltos e tantas voltas e reviravoltas. Cada nova cena introduzida faz completo sentido e dá informações ao leitor que seriam necessárias para este compreender o que se passa no presente.

Houve muita gente que se queixou da escrita do autor porque este tem uma adoração especial pelo "e" como ponte de ligação entre frases. Para mim esta opção do autor nunca foi problema. A sua utilização imprime ritmo à narrativa, principalmente nas cenas de combate em que utilizando o "e" aquilo que sinto é que é tudo tão rápido, tão sequencial, tão instantâneo que nem sequer há tempo para respirar.

Gostei bastante do final e da explicação dada pelo autor. No entanto gostava de ter tido mais pormenores sumarentos no final. Fiquei com um travo agridoce na boca depois da pequena visão que o autor nos dá do futuro. Gostava de ter visto mais.

Um livro que recomendo. Não é uma leitura que vá agradar a toda a gente, isso é garantido. Mas àqueles que agradar vai agarrá-los do princípio ao fim. Eu por aqui fico à espera que o autor escreva mais qualquer histórias fantásticas como ou melhores que esta.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Opinião - Alera, Sacrifício

Ficha Técnica:
Autor: Cayla Kluver
Título Original: Sacrifice
Páginas: 384
Editor: Planeta
ISBN: 9789896574390
Tradutor: Maria José Figueiredo

Sinopse:
Alera, rainha de um reino perdido, secretamente apaixonada pelo inimigo.

Shaselle, filha de um pai assassinado, uma rebelde com causa.

Uma vive atrás das antigas muralhas do palácio de Hytanica e caminha no fio da navalha para manter a frágil paz na sua amada terra. A outra erra pelas ruas devastadas pela guerra, em busca de vingança para a tragédia que atingiu a família. Ambas fazem escolhas que as irão separar daqueles que não conseguem deixar de amar. Como as suas histórias se entrelaçam, uma conspiração toma forma e tanto pode acabar em escravidão ou morte, ou ter de novo liberdade, mas apenas se cada uma conseguir enfrentar o que deve ser sacrificado.

Opinião:
E com este livro chegámos ao final da história de Alera. Neste último livro, contado pelo ponto de vista de Alera e Shaselle, vê-mos o que acontece após a guerra e a luta porque todos os habitantes de Hytanica passam para poderem recuperar o reino que é seu por direito.

A ideia de a autora utilizar dois pontos de vista para contar a história foi bastante inteligente. Mostra que tem vontade de se aperfeiçoar e crescer, pois não é fácil conseguir conciliar dois pontos de vista diferentes e fazer com que eles se enquadrem um no outro criando harmonia. Houve algumas partes em que senti que esta escolha não estava a funcionar muito bem, mas no geral acho que resultou bem. Além disso os dois pontos de vista trazem um novo ritmo à narrativa. Termos a perspectiva de dois personagens tão diferentes ao longo da história torna-a mais rica. Por um lado temos a Alera que tenta por tudo adaptar-se à sua nova condição, e tenta manter o seu povo seguro e calmo. Por outro lado temos Shaselle, que apenas consegue pensar em vingança e em fugir de uma relação que toda a gente lhe quer impor.

Ainda relativamente aos personagens tenho a dizer que houve alturas em que as suas atitudes e maneiras de estar não me convenceram, principalmente Shaselle, talvez por não termos tido oportunidade de a conhecer tão bem nos livros anteriores achei-a a sua atitude um pouco forçada. Já Alera irrita pela sua passividade, ao menos vai mostrando alguma força de vontade ao longo do livro, e é por esses momentos que uma pessoa almeja. Claro que é sempre um prazer ver os comportamentos de Narian. É incrível ver a maneira como ele trata toda a gente, mesmo quem o odeia e como apesar de tudo aquilo porque passou continua a ser uma pessoa de valores. O que mostra que não é só a nossa educação que faz de nós quem somos. Outras pequenas mensagens vão também sendo encontradas ao longo de todo o livro, como, por exemplo, o facto de que mesmo no meio das maiores desgraças há sempre a possibilidade de encontrarmos motivos para sorrir.

No geral é um livro final que completa bem a história e que está ao nível dos livros anteriores. A história está bem pensada e construída, sendo que os acontecimentos seguem um linha credível. Houve situações pontuais que me desagradaram e outras que me deixaram completamente emocionada, como o final. É um livro agradável de se ler e uma trilogia engraçada. Recomendo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Opinião - Cartas da Nossa Paixão

Ficha Técnica:
Autor: Karen Kingsbury
Título Original: The Chance
Páginas: 320
Editor: Topseller
ISBN: 9789898626240
Tradutor: Ana Lourenço

Sinopse:
Um romance belo e sofrido que prova que as histórias de amor merecem o milagre de uma segunda oportunidade. Ellie Tucker e Nolan Cook são mais do que amigos.

Apesar de terem apenas quinze anos, ele repete-lhe constantemente que ela nunca irá encontrar alguém que a ame tanto. Mas uma tragédia familiar obriga Ellie partir subitamente. Na véspera desse dia triste, ela e Nolan sentam-se sob o velho carvalho do parque onde partilharam tantos momentos felizes e escrevem uma carta um ao outro, que enterram numa caixa de metal enferrujado. Combinam regressar exatamente onze anos depois, e lerem em conjunto as duas cartas. Passaram os anos e os dois nunca mais se encontraram. Ellie tem hoje vinte e seis anos e é mãe solteira, lutando diariamente para sustentar a sua filha. Nolan conseguiu realizar o sonho de se tornar jogador de basquetebol e é uma famosa estrela da NBA. Mas desde o dia em que o pai sucumbiu a um ataque cardíaco, Nolan sofre com a solidão. Afogado num oceano de dor, pensa frequentemente em Ellie, a paixão da adolescência que nunca esqueceu, e na inocência da infância que partilharam. À medida que se aproxima a data, Ellie e Nolan sonham com o reencontro sob o velho carvalho. Mas será que, onze anos depois, ainda há alguma hipótese de serem felizes?

Opinião:
A minha posição em relação a este livro é difícil de definir. Por um lado gostei bastante da história e dos personagens, por outro houve uma particularidade que não me deixou apreciar o livro tão bem como gostaria.

A história em si é engraçada, dois adolescentes que com apenas 15 anos encontraram um no outro o amor da sua vida e o seu melhor amigo. No entanto são obrigados a separar-se e durante 11 anos não sabem nada um do outro. Se por um lado Nolan conseguiu atingir todos os seus objectivos, Ellie caiu num poço sem fundo, o que a faz sentir-se envergonhada ter receio de voltar a encontrar Nolan. Todo o livro está carregado de uma grande carga emocional, desde a primeira até à última página. Felicidade, angústia, remorsos, perdão... Não há um único momento na história que não nos toque, que não nos faça rir ou chorar. A autora tem a capacidade de a todo o momento nos fazer sentir pena daquelas pessoas, de nos fazer querer estar lá com elas, ajudá-las


Gostei da linha de acontecimentos criados pela autora e que levaram ao culminar da história. Uma série de coincidências que levam a que vários assuntos inacabados se resolvam da melhor maneira, trazendo alegria não só para os personagens principais, mas também para todos os outros envolvidos na separação de Ellie e Nolan.

Só houve um aspecto que me desagradou terrivelmente. A constante referência a Deus. Como se ele fosse o único motivo pelo qual as coisas acontecem, como se não fossem as nossas decisões e o nosso esforço que nos levam a alcançar os nossos objectivos. Irrita-me solenemente este tipo de livros em que tudo o que acontece é por "culpa" de Deus, estando nós a falar de coisas boas ou más. Atenção, eu acredito em Deus, mas também acredito no livre arbítrio. E se por um lado Deus nos ajuda quando precisamos não é ficando parados e acreditando simplesmente nele que as coisas vão acontecer. Nós também temos que nos esforçar para que as coisas mudem (desculpem o desabafo, mas fico mesmo danada com este tipo de situações).

Resumindo, se não tiverem problemas com o facto mencionado acima ou se se conseguirem abster dessa situação (tal como tive que fazer) este é um livro simples mas bonito, que merece ser lido caso haja essa possibilidade.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Sunday's Quotes (22)

“To be yourself in a world that is constantly trying to make you something else is the greatest accomplishment.” ― Ralph Waldo Emerson

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Opinião - Crime de Luxo

Ficha Técnica:
Autor: Ngaio Marsh
Título Original: Death in a White Tie
Páginas: 376
Editor: ASA
ISBN: 9789892324494
Tradutor: Salvador Guerra

Sinopse:
As jovens debutantes suspiram, ansiosas. As mães casamenteiras planeiam minuciosamente cada lanche, baile e jantar. Em Londres, uma nova temporada está prestes a começar. Mas por detrás de tão enérgica atividade, a alta sociedade está a ser vítima de um crime tão abjeto quanto silencioso. Alguém está a chantagear as mais notáveis famílias da cidade… e essa pessoa também planeia cuidadosamente todos os seus passos. O inspetor-chefe Roderick Alleyn, ele próprio um aristocrata, move-se suficientemente bem naquele meio para perceber que algo de estranho se passa. Encontrou, até, o aliado perfeito. O seu amigo Lorde Robert Gospell aceitou misturar prazer e dever num dos bailes mais aguardados do ano. E para mal dos seus pecados, o bom lorde descobriu o culpado…

Opinião:
Crime de Luxo faz parte da Chancela Crime à Hora do Chá e é o terceiro livro publicado. Li os dois anteriores e gostei deles. Até agora são todos de autores diferentes, e eram os primeiros da sua série. Isso não acontece com este livro. O que me deixou extremamente triste e desconfortável. Se normalmente os policiais não têm propriamente uma ligação entre si e dá para lermos as diferentes histórias em separado, pois cada uma tem o seu princípio, meio e fim, a verdade é que neste caso senti que fazia diferença não ter lido os livros anteriores. Desde o início do livro que senti que havia uma evolução do personagem principal, até àquele caso, que tinha perdido. Principalmente no que tem a ver com a parte romântica do livro. Mas mesmo fora disso senti que me faltava o conhecimento de como se tinham formado determinadas relações, ou de como a investigação do inspector funcionava, pois há certas coisas que ele pensa, diz ou faz e que provavelmente há um motivo para que assim seja. Só que nós não o conseguimos apreender pois não temos os conhecimentos dos livros anteriores.

Tirando esta pequena situação gostei bastante do livro. Não sou propriamente uma entendida em policiais, mas tenho tentado mudar um pouco essa situação e tenho vindo a ler mais livros desse género. Esta colecção, Crime à Hora do Chá, tem-se mostrado uma boa aposta, pois tem-me dado a conhecer autores que são bons naquilo que fazem. Achei que as personagens estavam bem construídas, com personalidades bastantes distintas (a maior parte delas algo loucas). Gostei também da maneira como o inspector conduz a sua investigação, pegando em pequenos pormenores para descobrir novas pistas e também levando a que os entrevistados revelem os seus segredos ludibriando-os ou levando-os ao ponto de ruptura.

Gostei bastante da linguagem da autora, mais arcaica e trabalhada. Insere-se bem no espaço-tempo da história, o que a torna mais rica. Vê-se que a autora teve cuidado ao criar o ambiente, fazendo uma pesquisa para que tudo se inserisse e sem que ocorram disparidades. A maneira como a autora encadeia os acontecimentos e salta de uma ideia para outra torna a narrativa fluída e prende o leitor. Levando a que este comece a juntar as peças ao mesmo tempo que o detective, sem no entanto ter a certeza se aquilo que está a pensar é ou não correcto. O facto de toda a acção se passar em apenas dois dias contribui também para o ritmo acelerado da investigação e ajuda a que o leitor fique completamente siderado. O desenlace de todo o mistério foi escrito com mestria. Para finalizar tenho que salientar que cada capítulo tem um título. Não sei explicar porquê, mas a verdade é que adorei esses título e achei-os de certo modo hilariantes.

Uma autora que recomendo. Vou ficar a aguardar esperançada que publiquem os livros anteriores, e desta vez que comecem pelo primeiro!
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mini-Opinião - The First Lie

Ficha Técnica:
Autor: Sara Shepard
Páginas: 80 (Kindle Edition)
Editor: HarperTeen
ASIN: B008CGUGQM

Sinopse:
Featuring Sutton Mercer before her tragic death, this stand-alone digital original novella from #1 New York Times bestselling author Sara Shepard is an exciting, must-read companion to the Lying Game series.

Back when she was alive, Sutton kept a million secrets. But how she got together with Thayer is her juiciest one of all. . . .

It's the summer before junior year and Sutton Mercer and her friends rule Hollier High. Then Thayer Vega returns home from soccer camp. In two short months he's gone from being her best friend's scrawny younger brother to a hot soccer god with a major ego—and a bone to pick with the Lying Game girls.

To bring him back down to earth, Sutton's friends convince her to string Thayer along so she can publicly reject him. But as she gets to know the real Thayer, Sutton starts to wonder: Is flirting with Thayer still just a game to her? Or is the queen of the Lying Game lying . . . to herself?

Opinião:
Ainda só li os dois primeiros livros desta série e do que li gostei bastante. No entanto acho que cometi um erro ao ler esta short story antes de acabar de ler a trilogia. Primeiro porque apresenta um personagem que há-de vir a ser fulcral, pelo menos no próximo livro, e depois porque sinto que apesar de esta história se passar antes dos livros (a nível cronológico) fiquei com a sensação que ela foi escrita para ser lida depois de a série terminada, ou do Thayer ser apresentado. Parece-me que a autora a escreveu de modo a dar aos seus leitores uma melhor compreensão de determinados acontecimentos que podem ter ocorrido durante o desenrolar dos livros.

Esta é então uma short story que merece ser lida (bem como os restantes livros da série Lying Game), mas depois de lidos os livros e não o contrario.

domingo, 8 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mini-Opinião - How to Talk to Girls at Parties/Fortunately, the Milk

Ficha Técnica:
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 40 (Kindle Edition)
Editor: William Morrow
ASIN: B00C0UHLBO

Sinopse:
A free ebook-only edition of Neil Gaiman's short story 'How To Talk To Girls At Parties' and an exclusive preview of the new THE OCEAN AT THE END OF THE LANE, a novel about memory and magic and survival, about the power of stories and the darkness inside each of us - available in June 2013. 'How To Talk to Girls At Parties' was previously published in FRAGILE THINGS.

Opinião:
Ultimamente ando numa onde de Neil Gaiman, assim sendo (e porque me apetecia ler coisas pequenas) peguei nesta short story, que a Amazon teve a amabilidade de avisar que estava para donwload de forma gratuita. Quando peguei nesta história não estava à espera de nada em concreto, mas com certeza que não esperava o que li. Achei a história bastante estranha e descontextualizada. Sinceramente nem consegui perceber muito bem o que se passava ali, tenho apenas uma ideia muito vaga. Senti-me desapontada, e acho que não se perde nada se não se ler esta história do autor.


Ficha Técnica:
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 128 (Kindle Edition)
Editor: HarperCollins
ASIN: B00BATKPNM

Sinopse:
"I bought the milk," said my father. "I walked out of the corner shop, and heard a noise like this: T h u m m t h u m m. I looked up and saw a huge silver disc hovering in the air above Marshall Road."

"Hullo," I said to myself. "That's not something you see every day. And then something odd happened."

Find out just how odd things get in this hilarious story of time travel and breakfast cereal, expertly told by Newbery Medalist and bestselling author Neil Gaiman and illustrated by Skottie Young.

Opinião:
Em contra partida Fortunately, the Milk é fantástica. Uma história completamente disparatada e sem nexo, mas contextualizada. Percebe-se de onde é que tudo veio. Neste história são-nos apresentadas todas as peripécias porque o pai passa para conseguir levar um garrafa de leite para casa. Há que dizer que se percebe perfeitamente aquilo que o pai estava a tentar fazer. A história desenvolve-se rapidamente com cenas completamente absurdas e inexplicáveis, mas cheias de humor. E isso foi uma das coisas que mais gostei, o humor!

Outra coisa que adorei foram as ilustrações. Complementam perfeitamente a história. As expressões faciais do pai que complementavam o que ele dizia, o mesmo acontecendo para os filhos foi hilariante! Ver os pormenores que autor não dá a aparecerem-nos à frente mediante a mão do ilustrador é um autêntica prazer. Além de que adorei o tipo de ilustração, que acho estar de perfeito acordo com a história. Ou seja, um must read para todos os fãs deste autor.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Opinião - For Real

Ficha Técnica:
Autor: Chelsea M. Cameron
Páginas: 192 (Kindle edition)
Editor: Amazon Digital Services, Inc.
ASIN: B00GM5HRNA

Sinopse:
Two people. One fake relationship. What could go wrong?

When virgin Shannon Travers gets fed up with her friends demanding that she find a boyfriend, she enlists the help of tattooed, mohawk-rocking graphic design student Jett. He’s more than happy to play along with their Fake Relationship, including the Ten Rules of Fake Dating that control-freak Shannon comes up with. Even if he likes to violate them. Repeatedly.

But what happens when Fake Dating starts to feel… not fake anymore? Will Shannon be willing to let go and embrace the first thing in her life that’s ever felt REAL?

Opinião:
Dei de caras com este livro completamente por acaso. Numa das minhas deambulações, pelos muitos blogs que frequento, encontrei o anúncio que este livro ia ser lançado naquele dia. Li a sinopse e gostei. Achei que seria um livro engraçado e ao mesmo tempo fofinho. Assim sendo decidi adquiri-lo e não poderia ter feito melhor.

Shannon é uma pessoa que gosta de controlo. Gosta de controlar tudo o que a rodeia, bem como estabelecer uma ordem para aquilo que faz. A própria admite que quase poderia ser diagnosticada com Comportamento Obsessivo-Compulsivo. Por outro lado, Jett, é um rapaz completamente normal e simples, com uma grande paciência e uma maneira amorosa de lidar com toda a gente. Ambos os personagens têm histórias familiares difíceis, o que faz com que tenham alguns traumas. No entanto se Jett conseguiu superar, de certa forma, essas dificuldades o mesmo já não acontece com Shannon.

Este não é um daqueles livros fabulosos e maravilhosos que têm que ser lidos. Contudo é um livro que recomendo. Tem uma história e escritas simples. No entanto é capaz de encantar qualquer pessoa por essa mesma simplicidade. Ao mesmo tempo é um livro bastante ternurento. Ao longo de toda a narrativa vamos vendo os personagens a crescer e a enfrentar os seus medos e a ficar apaixonados um pelo outro sem que se apercebam. Outro ponto a favor da autora, e que me agradou bastante foi o personagem masculino. Enquanto que a Shannon é uma protagonista "tipo", Jett é um rapaz japonês. Não é que ser japonês seja uma coisa do outro mundo, mas nunca tinha lido um livro em que a autora pegasse num personagem desta nacionalidade e o juntasse à típica rapariga americana. Gostei da ideia e gostei de ler algo um pouco fora do meu habitual.

Não há muito mais a acrescentar. Como indiquei é uma história bastante simples, no entanto aconselho aos leitores que leiam em inglês e que queiram usufruir de momentos cheios de ternura que no fim nos deixam com a sensação que lemos a história mais fofa de sempre.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Opinião - The Ocean at the End of the Lane

Ficha Técnica:
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 246 (kindle edition)
Editor: William Morrow
ISBN: 0062278592

Sinopse:
Sussex, England. A middle-aged man returns to his childhood home to attend a funeral. Although the house he lived in is long gone, he is drawn to the farm at the end of the road, where, when he was seven, he encountered a most remarkable girl, Lettie Hempstock, and her mother and grandmother. He hasn't thought of Lettie in decades, and yet as he sits by the pond (a pond that she'd claimed was an ocean) behind the ramshackle old farmhouse, the unremembered past comes flooding back. And it is a past too strange, too frightening, too dangerous to have happened to anyone, let alone a small boy.

Forty years earlier, a man committed suicide in a stolen car at this farm at the end of the road. Like a fuse on a firework, his death lit a touchpaper and resonated in unimaginable ways. The darkness was unleashed, something scary and thoroughly incomprehensible to a little boy. And Lettie—magical, comforting, wise beyond her years—promised to protect him, no matter what.

A groundbreaking work from a master, The Ocean at the End of the Lane is told with a rare understanding of all that makes us human, and shows the power of stories to reveal and shelter us from the darkness inside and out. It is a stirring, terrifying, and elegiac fable as delicate as a butterfly's wing and as menacing as a knife in the dark.

Opinião:
O que posso dizer? Sempre ouvi falar extremamente bem deste autor, e pensei: "Porque não?". Assim sendo fui adquirindo os seus livros, houve alguns que não me disseram grande coisa, houve outros que me cativaram eternamente, como Neverwhere e Deuses Americanos, sendo que a estes dois posso agora juntar também The Ocean at the End of the Lane.

Este é um daqueles livros que é difícil descrever. É um daqueles livros que para mim é quase impossível opinar. Este livro cativou-me de uma maneira que me senti a todo o momento completamente imersa na história, completamente maravilhada. Contudo o mais frustrante é mesmo o facto de não conseguir dizer exactamente o porquê. Vou tentar falar um pouco acerca do livro, no entanto aconselho também a que dêem uma vista de olhos na opinião do Patrick Rothfuss no Goodreads.

A história começa com o nosso personagem principal, já adulto, a recordar-se de tudo o que lhe aconteceu na quinta dos Hempstock quando era mais novo. E ao mesmo tempo que ele recorda nós passamos a vivenciar também esses acontecimentos. Se houve algo que me deixou completamente rendida foram as passagens que o autor faz entre diferentes situações. A melhor maneira de explicar é dando um exemplo: no final do livro o personagem abandona a quinta e conforme a vai abandonando vai se esquecendo dos acontecimentos. A maneira como Gaiman vai distorcendo a realidade até que o personagem volte ao desconhecimento está simplesmente soberba. Nem nós nos conseguimos aperceber do que está realmente a acontecer e a forma como o autor o faz parece tão natural, tão normal que não nos suscita qualquer estranheza. E esta técnica é algo que o autora vai utilizando ao longo da narrativa e que foi uma coisa que adorei. Além desta proeza, Gaiman escreve de uma maneira que parece que tudo o que acontece é completamente normal. A maneira como o personagem principal aceita todas as situações, a maneira com que as Hempstock lidam com as mesmas leva-nos a crer que aquilo é real, que poderia ser assim.

A história é também um misto de conceitos e ideias diferentes mas que o autor consegue incorporar numa única história. Ao longo de toda a história há várias "verdades", várias situações que nós vamos aprendendo com as nossas vivências e que vamos esquecendo, mas que aqui nos são relembradas de uma forma subtil e muito bem conseguida. Além disso, todo o contexto mais sombrio da narrativa dá um quê de fascinante à história.

Sinceramente não sei mais que dizer acerca do livro a não ser que este merece ser lido por toda a gente, pois é sem dúvida uma obra de arte.

Sunday's Quotes (20)

“To die would be an awfully big adventure.” ― J.M. Barrie, Peter Pan

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mini-Opinião - Lusitânia

Ficha Técnica:
Organizador: Equipa Lustiânia
Páginas: 52
Editor: EuEdito
ISBN: 9789899814516

Sinopse:
Uma publicação de ficção especulativa com base na cultura portuguesa.

Nela podemos encontrar os contos:

A sereia de Cacilhas - Carolina Vargas
A carta - Pedro Cipriano
A fonte dos Grifos - Inês Montenegro
O indicador de Deus - Margarida Mendes
O teu semblante pálido - João Franco
O coração é um predador solitário - João Barreiros

Opinião:
E um ano passado cá estamos nós novamente com a Lusitânia II em mãos! Já tinha gostado bastante da revista anterior e esta não foi excepção. Fiquei apenas um pouco triste/desiludida pois uma vez mais apenas encontramos contos. Sei que a "culpa" não é da equipa que escolhe os textos, mas sim de quem os envia. Acho que poderia haver um pouco de diversidade e aparecer outro tipo de textos que não contos, por exemplo notícias. Penso que a revista só teria a ganhar com isso. Contudo não deixa de ser uma leitura bastante agradável. No geral acho que os contos funcionaram bem no conjunto. Contudo tenho que ser sincera e dizer que existem pelo menos dois contos um pouco confusos, na medida que só no final alguma coisa começa a fazer sentido, o que na minha opinião não nos permite apreciar correctamente o conto que se nos apresenta. No entanto é uma leitura que recomendo e venha o próximo volume!

Mini-Opinião - Almanaque Steampunk 2013

Ficha Técnica:
Organizador: Equipa ClockWork Portugal
Páginas: 140
Editor: EuEdito
ISBN: 9789899803510

Sinopse:
Segunda publicação do Almanaque Steampunk, organizado pela Clockwork Portugal.

Esta obra única conta com a participação de diversos autores portugueses, e inclui notícias, efemérides, artigos, contos, jogos com inspiração no vapor e uma banda desenhada steampunk. Tem também entrevistas exclusivas a Kaja e Phil Foglio (criadores de Girl Genius) e Dirk Müller, o realizador do filme steampunk "Airlords of Airia".

Opinião:
Um livro pequenino que vai fazer as delícias de qualquer pessoa! Se o ano passado este pequeno Almanaque não me deixou completamente cativada desta vez é que foi. Sinto-me completamente rendida ao engenho das pessoas que tornaram real esta obra. Adorei o horóscopo, os contos, as notícias, as cartas, os jogos... Enfim, tudo! Achei que todos os textos estavam bastante bem conseguidos, houve algumas aventuras novas que resultaram muito bem e as imagens estão fantásticas. Resumindo: Recomendo!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Opinião - Revista Bang! 15

Ficha Técnica:

Editora: Safaa Dib
Páginas: 80
Editor: Saída de Emergênica/Fnac

Opinião: Levei um pouco mais de tempo a ler a revista do que aquele que esperava. No entanto está terminada a sua leitura e posso descrevê-la numa única palavra: Uau! A revista está fantástica da primeira à última página, entrevistas, notícias, opiniões, contos, artigos... Da primeira à última página nota-se um cuidado especial da editora em fazer uma revista completa, com conteúdos que se complementam e que não incidem na divulgação de uma marca, mas sim de dois mundos: a Ficção Científica e o Fantástico.

Falando um pouco mais detalhadamente, o editorial está fenomenal e em tudo tem a ver com a capa desta revista (que por si só é uma das melhores e mais detalhadas que a revista já teve). Como não poderia deixar de ser foi-nos dado a conhecer um pouco mais do trabalho do autor da capa e só posso dizer que uma vez mais fiquei deslumbrada! O seu trabalho é bastante bom e o autor é capaz de uma versatilidade única. Após a apresentação de algumas novidades para 2013 eis que nos é apresentado o primeiro artigo: metais pesados, Diamonds Are Forever. Gostei bastante do que o Fernando Ribeiro escreveu e fiquei muito curiosa para ver um espectáculo da banda mencionada no artigo. Pode não ser o meu género de música, mas aquilo que o autor descreve parece ser único. Passando Viy, um artigo que mais uma vez me cativou bastante e que me deixou com imensa vontade de ler o conto original. Aconselho toda a gente a dar uma vista de olhos.

Em seguida foi-nos dada passagem para um mundo que cada vez mais me deixa curiosa e que me dá vontade de apostar no mesmo, o mundo da BD. Um artigo que nos apresenta um BD diferente e que parece estar a ter grande sucesso e cujo último volume está anunciado para 2014. O primeiro conto da revista surge logo a seguir, A Hora do Diabo. Um conto que tem Fernando Pessoa e o Diabo como personagens principais. Gostei. Chega então o artigo acerca da história da colecção Argonauta. Uma colecção de que qualquer leitor de ficção científica já ouviu falar, pois é enorme, cheia de autores conceituados, e durante bastante tempo foi ela que fez as delícias de todos os alucinados pela Ficção Científica, mais à frente vem ainda um artigo que também tem tudo a ver, um artigo que fala sobre a "ficção especulativa", que nos apresenta a inutilidade de tentar embelezar uma realidade de modo a convencer os cépticos.

E chega-nos então Tigana. O muito aguardado livro de Guy Gavriel Kay. Ainda não li Os Leões de Al-Rassan, e por isso não percebo na plenitude o fascínio de toda a gente que conheço por este autor. No entanto após uma breve dissertação sobre a obra do autor, e após ler a entrevista fiquei sem dúvida bastante curiosa para arriscar neste autor e poder passar a perceber aquilo que toda a gente pensa e sente quando lê este autor. Como bónus tivemos ainda direito ao making of das capas, uma ideia excelente que nos mostra a dificuldade que é criar uma capa que represente e seja fiel ao livro e que no final nos deixe encantados só de olhar.

Passamos então para os contos curtos, são todos bastante interessantes, imaginativos e bem escritos, mas aquele que mais me cativou foi sem dúvida O Artista de Gatos. Não vou falar sobre ele pois ele é bastante pequeno e acabaria por dizer mais do que devia. Apenas vos posso aconselhar a darem-lhe uma oportunidade! Gostei bastante de conhecer o Eduardo Spohr. O trabalho dele parece-me ser interessante e fez-me efectuar algumas pesquisas, descobrindo que o primeiro livro já se encontra publicado em Portugal pela Presença Há-de vir cá para casa na próxima feira do livro! Para finalizar, adorei a BD apresentada do autor Estevão Ribeiro. Gostei da referência à Guerra dos Tronos e fiquei com curiosidade de ver mais trabalhos do autor.

Para os mais atentos foi possível notar que não referi alguns dos artigos, alguns não me entusiasmaram o suficiente para que o lê-se até ao fim e outros senti que não foram realmente "tocante" para mim. Mas a maior parte do conteúdo é simplesmente excelente. Uma revista que TEM que ser lida.

sábado, 23 de novembro de 2013

Opinião - O Voo do Corvo

Ficha Técnica:
Autor: Juliet Marillier
Título Original: Raven Flight
Páginas: 400
Editor: Planeta
ISBN: 9789896574505
Tradutor: Catarina F. Almeida

Sinopse:
Depois de concluir a sua longa e árdua viagem até à base dos Rebeldes em Shadowfell, Neryn tornou-se uma parte vital da rebelião contra o tirânico rei Keldec. Cada passo que dá no sentido de aperfeiçoar os seus dons e afirmar-se como uma Voz poderosa e única na sua geração leva-os mais perto da meta pretendida. Mas, primeiro, Neryn terá de procurar os Guardiões das quatro Vigias para completar o seu treino e o tempo escasseia. Entretanto, Flint, o espião rebelde por quem se apaixonou, foi de novo chamado à corte de Keldec. O laço que os une é tão forte que, mesmo à distância, se procuram em sonhos, partilhando momentos preciosos - ainda que inquietantes - da vida um do outro.

Os Rebeldes vêem com desconfiança este novo amor. Permitir que a emoção se sobreponha à lógica fria do movimento pode pôr tudo em risco. No fim, o amor poderá revelar-se a força motriz da esperança ou a brecha traiçoeira na armadura da rebelião.

Opinião:
E é sempre um prazer voltar a abrir um livro da Juliet Marillier. Após as descobertas efectuadas no livro anterior, Neryn tem agora que partir em busca dos Guardiões de forma a poder aprender o seu saber e tornar-se numa Voz competente, mas também sábia e moderada. Alguém capaz de trazer vantagens para o grupo rebelde.

Como seria de esperar as histórias da Juliet revelam-se sempre encantatórias. A partir do momento em que pegamos no livro torna-se difícil largá-lo até o terminarmos. Não só pela acção em si, mas também por causa das personagens tão reais e dos diálogos que nos fazem submergir na história. Se no livro passado ficámos a conhecer as personalidades de Neryn e Flint, neste livro há outros personagens que se destacam, nomeadamente Tali. Adorei conhecer melhor esta personagem, começar a desvendar o porquê de ela ser como é, aquilo que a move, descobrir as suas origens. Quanto a Neryn já gostava dela, e fiquei a gostar cada mais. Neryn é uma personagem de grandes emoções, que parece não ser forte o suficiente para levar a bom porto a tarefa que tem pela frente. Sente-se constantemente pressionada pelas suas responsabilidades e não tem a capacidade de se distanciar, estando constantemente angustiada com decisões que teve que tomar e que sabe poderá ter que voltar a tomar. Ao fim e ao cabo, ela não é uma guerreira. Contudo são estas mesmas características que a tornam tão forte, pois apesar de tudo ela não desiste. Apesar dos seus fardos ela continua a fazer o que lhe pedem e aprende que tudo tem o seu curso. Outro ponto a favor da narrativa é o de conhecermos o passado de mais rebeldes e também de começarmos a conhecer os Guardiões. Gostei especialmente da velha Bruxa das Ilhas, com os seus testes e língua afiada. Fiquei no entanto triste por não ter visto mais de Flint.

A imaginação que a autora teve para criar tantos seres diferentes, atribuir-lhes nomes, características e personalidades distintas que se adequam aos seus nomes e papéis leva-nos a ficar completamente abismados com toda a panóplia de seres. E muitos mais estarão por vir, pois ainda falta a Neryn encontrar pelo menos um Guardião.

A nível da história adorei os acontecimentos do livro. Acho que a autora lhes imprimiu um bom ritmo e não houve aquela sensação de que a autora está simplesmente a adiar. Sentimos que tudo o que está a acontecer é necessário e preciso para que a história chegue a bom porto. Houve talvez uma parte que achei um pouco precipitada, que foi o conhecimento que Neryn aprendeu com o Lorde do Norte, acho que poderíamos ter visto um pouco mais dos testes e dos saberes transmitidos, tal como aconteceu com a velha Bruxa das Ilhas. No entanto o que mais gostei foi sem dúvida os pequenos momentos que a autora está constantemente a criar e que nos levam a ficar com um sorriso no canto da boca. Por norma são acções, palavras, coisas simples, mas que no contexto têm uma grande capacidade para nos emocionarem.

É um livro que recomendo, porque simplesmente o adorei. Contudo no final fiquei com a sensação que faltava ali algo. Pode ser simplesmente porque gostava de poder ler da autora algo num registo um pouco mais adulto. No entanto parece que esse meu desejo vai ser satisfeito na próxima série de livros que a autora vai editar: Blackthorn and Grim.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mini-Opinião - The Snow Queen

Ficha Técnica:
Autor: Hans Christian Andersen
Páginas: 48 (Kindle Edition)
ASIN: B00EZP4DHC
Editor: Scandinavia Publishing House

Sinopse:
Reprinted here for the first time since the 19th century, these color illustrations by T. Pym make the classic Andersen fairy tale even more magical.

One of Andersen's best-beloved tales, The Snow Queen is a story about the strength and endurance of childhood friendship. Gerda's search for her playmate Kay–who was abducted by the Snow Queen and taken to her frozen palace–is brought to life in delicate and evocative illustrations.

Opinião:
Se há coisa que eu não perco são os filmes de desenhos animados da Disney e quando soube que o Frozen (a estrear para a semana) era baseado nesta história, decidi que tinha que a ler. Além disso a p7 do Bookeater/Booklover disse-me que este era o seu conto preferido. Assim sendo tinha mesmo que o ler. E que surpresa. Adorei cada pormenor, cada momento é impagável. A inocência de uma criança é uma das suas maiores forças, pois ajuda-a a ultrapassar todos os obstáculos, tocando na vida das pessoas e fazendo com que elas se disponham a ajudar-nos perante as nossas dificuldades. Acho sinceramente que deveria ler mais destes contos para ficar com uma ideia real do que querem dizer, afinal quando descobri que na versão a Pequena Sereia tinha aquele final fiquei apaixonada pela história original!

Sei que o que vou dizer a seguir não tem propriamente a ver, mas enquanto estava a ler a história só pensava que a conhecia de algum lado, e foi então que se fez luz! O início da da temporada Sailor Stars da série anime Sailormoon é basicamente o reconto deste conto. E claro, tive que ir a correr a ver e recordar. Obrigada pelas boas recordações Andersen.

Opinião - Across a Star-Swept Sea

Ficha Técnica:
Autor: Diana Peterfreund
Páginas: 464 (ebook)
Editor: Balzer + Bray
ISBN: 9780062208798

Sinopse:
From Rampant and Ascendant author Diana Peterfreund comes this thrilling companion to For Darkness Shows the Stars

Centuries after wars nearly destroyed civilization, Persis Blake's world is once again in the throes of rebellion.

For Persis, her public life is that of a socialite, filled with parties and ball gowns. But while she seems to be a frivolous aristocrat, inside Persis beats the heart of a spy—the same heart that is falling for the enemy, Justen Helo.

Persis's heart belongs to Justen, but before she can tell him the truth, she discovers he has a secret as well—one that could plunge their tropical paradise into another dark age. And Persis realizes she's not just risking her heart, she's risking the world she's sworn to protect.

Across a Star-Swept Sea is a romantic, science-fictional reimagining of the classic The Scarlet Pimpernel.

Opinião:
Que livro! Mais uma vez Diana Peterfreund conseguiu deixar-me completamente cativada com as suas personagens e o mundo criado. Além disso deixou-me com imensa curiosidade para ler a história original em que o livro foi baseado, The Scarlet Pimpernel.

O mundo que nos é apresentado neste livro é completamente diferente daquele que já conhecíamos do livro anterior. Parece até que estamos a ler uma história completamente diferente. Os nomes atribuídos às coisas e às diferentes camadas da sociedade são completamente diferentes, há uma cura para a Reduction, os hábitos dos habitantes são completamente diferentes daquilo que já conhecíamos. É impressionante como a autora conseguiu criar um mundo que é tão diferente e ao mesmo tempo tão igual àquilo que já conhecíamos.

E se por um lado o mundo e todas as engenhocas que a autora introduziu são magníficas o melhor são sem dúvida as personagens. Ambas as personagens principais estão extremamente bem criadas e coerentes. Ver os conflitos das personagens, os enganos, as mentiras. O facto de não se conseguirem aperceber de diferentes realidades. De ambas combaterem com o mesmo objectivo, mas sem serem capazes de confiar um no outro. Toda esta dualidade que vamos encontrando ao longo da narrativa está extremamente bem construída e conseguida, e penso que seja o que mais valor trás ao livro. Além de que as personagens são bastante diferentes na personalidade que apresentam relativamente ao que vimos no livro anterior, o que faz com que não sintamos que a autora não tem capacidade para criar novas personalidades. A autora não se limita a dar-nos aquilo que ela sabe que resulta, ele tenta algo diferente, e isso é bom.

O facto de a autora nos presentear com os seus antigos personagens ao longo da narrativa foi inteligente, sentimos logo uma emoção, um reconhecimento que nos traz um sorriso aos lábios. E foi bom ver que algumas personagens realmente não mudam. Resumindo, adorei e recomendo!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Fórum Fantástico - Dia 3

E com o terceiro dia chegámos ao fim. Não foi por ser o último que foi melhor ou pior que os anteriores. Foi um dia único como todos os outros em que podemos uma vez mais desfrutar de uma companhia magnífica ouvindo falar a quem de direito.

Desta vez começámos o dia a ouvir autores portugueses a falar das suas experiências de publicações no estrangeiro. O João Rogaciano e a Inês Montenegro foram maioritariamente, ou estão para ser, publicados em livros e antologias Brasileiras. Segundo os mesmos ao início houve algum receio em arriscar, mas acabaram a pensar: Porque não? E assim se arriscaram, colhendo daí bons frutos. Fiquei também a saber pela Inês Montenegro que está para ser editada no Brasil uma antologia cujas submissões são apenas para autores portugueses. Podem ver mais informação aqui. Fiquei a saber mais algumas informações acerca do percurso do João Ventura e que a Nature publica, nas featurette, histórias de Ficção Científica! E quando digo histórias é mesmo histórias! Fiquei curiosa, mas não tenho a assinatura da revista. Este conhecimento foi adquirido graças ao João Ramalho-Santos, uma cientista e escritor, com imensas histórias engraçadas para contar.

Passamos então para as sugestões literárias, de jogos, filmes e qualquer outra coisa que mereça ser sugerida. O João Barreiros trouxe a biblioteca às costas, no entanto antes de nos dar a conhecer as suas sugestões foi feita uma pequena "homenagem" aos muitos autores de ficção científica que faleceram este ano. Alguns deles eu conhecia, como Jack Vance, Ian M Banks e Richard Matheson, outros fica a indicação para vir a conhecer (Frederick Pohl, Patricia Anthony, Doris Lessing e Ray Harryhausen). Passando então para as sugestões, vou-me focar apenas nos livros, pois é essencialmente aquilo que me interessa, mas posso dizer que se falou em filmes que no geral tiveram bastante destaque (Oblivion, Pacific Rim) e também em jogos (Portal). Quanto a livros o que mais me deixou curiosa foi o livro S, que trata do Ship of Theseus (um paradoxo), e que é uma parceria entre J. J.Abrams e Doug Dorst. É um livro cheio de mimos, segundo o João Barreiros a história é boa e os complementos que vêem com o livro dão-lhe credibilidade. Night Film, foi outro livro recomendado pelo João Barreiros, bem como NOS4A2 do Joe Hill, The Time Traveller's Almanac e Point Zero, do autor Antoine Tracqui. Na BD falou-se, por exemplo, de Dylan Dog.


Passando agora definitivamente para o cinema, foram convidados três nomes portugueses para nos falar das suas experiências no mundo do cinema. O David Rebordão já conhecia do ano passado e da sua curta A Curva. Os outros dois convidados, sinceramente, nunca tinha ouvido falar. Não vi a apresentação desde o início, mas quando a comecei a ouvir posso dizer que os ânimos estavam elevados. O David Rebordão é, de certa forma, um céptico, enquanto que quem está por trás de Sangue Frio são mais jovens, emotivos e ainda parecem ter uma visão embelezada do que se passa na indústria. Irritou-me solenemente o facto de o o Vasco Rosa estar quase a engolir o microfone e mesmo assim estar a gritar. Já nem me conseguia ouvir pensar e apetecia-me levantar-me e pedir-lhe para tentar moderar-se, afinal ali ninguém é surdo e a sala tem boa acústica. Um dos temas debatidos é o facto de que os portugueses têm imensa dificuldade em apostar no que é português. Falo por experiência própria quando digo que no meu caso se deve simplesmente ao facto de ver por aí tanta coisa medíocre que nunca se sabe bem se se deve apostar em algo novo ou não. Eu sei que tenho tido sorte, das poucas coisas que li até tenho gostado, mas também já me deparei com maus autores, más séries, maus filmes, e por isso percebo a dificuldade que algumas pessoas têm em arriscar no que é nacional. Gostei da curta Jogo Maldito do David Rebordão, principalmente do twist final!

Passando para a BD, foi um prazer conhecer um pouco o que por aí se faz. BD não é, deifinitivamente, a minha praia. No entanto fiquei curiosa com o trabalho de Ricardo Venâncio e a sua BD sobre Hanuran, o Dourado. É um projecto que me cativou e que me deixou com vontade de começar a ler BD. Claro que também não pude deixar de ficar curiosa com o Dog Mendonça e Pizzaboy. Já tinha ouvido muita gente falar desta BD, tenho inclusive uma amiga que gostou bastante (e a quem já cravei para me emprestar os três volumes). Gostei bastante dos temas debatidos e apresentados. Gostei da maneira como todos os convidados se expressaram e daquilo que tentaram transmitir, baseando-se na sua experiência. Uma vez mais surgiu a questão de o português ser um povo algo mesquinho, e no caso do Dog Mendonça houve ainda a referência ao facto de terem sido levantadas questões do porque é que foram buscar um colorista (foi a expressão utilizada) que não era português? Os convidados debateram esta questão bastante bem, tal como todas as outras. Foi um prazer imenso ouvi-los falar, até porque me pareceram ser pessoas extremamente inteligentes, mas ao mesmo tempo bastante acessíveis, simpáticas e brincalhonas.

Para finalizar tivemos direito a mais uma curta, Esperânsia de Cláudio Jordão. Uma curta bonita e sentimental, mas que achei que comparada com a vista ontem ficou-lhe um pouco atrás.

Resumindo, quem conseguir deitar a mão às gravações vai ter mesmo que as ver, pois o dia de hoje foi excelente! Adorei não só as palestras, mas também o convívio com as pessoas que estiveram presentes e o ambiente que se gera durante todo o decorrer do Fórum. Uma vez mais não vim sozinha para casa e desta vez fiz-me acompanhar d'O Prestígio e do Flashforward.

domingo, 17 de novembro de 2013

Fórum Fantástico - Dia 2

Sim, vou saltar para o dia 2 pois infelizmente não tive a oportunidade de estar presente na abertura. No entanto como tem vindo a acontecer desde à três anos mais uma vez estive presente nesta iniciativa que serve para promover o Fantástico e a Ficção Científica no nosso país.

Não tirei fotos. Não tenho máquina. No entanto fiz gravações para poder recordar muitas das coisas que foram ditas, pois com personalidades tão grandes há sempre observações que merecem ser ouvidas uma e outra vez.

Como descrito no cartaz a parte da tarde do Fórum Fantástico arrancou com a apresentação do Volume II da Lusitânia. Uma publicação que permite a escritores de todo o país participarem com publicações que transmitam a cultura e a maneira de estar portuguesa. Porque não é só pegar em nomes portugueses, mas sim dar ao texto uma conotação tipicamente portuguesa. Gostei da apresentação deste volume e por acréscimo ainda consegui alguns autógrafos, como seria de esperar!

Passando para a História da FC Portuguesa, é sempre um prazer ouvir tanto o António Macedo como o Luís Filipe Silva. Duas pessoas que estão bastante ligadas à história da Fantasia em Portugal, e que de diversas formas têm contribuído para que se continue a fazer história. Gostei de ouvir o António Macedo falar, principalmente o foco que ele fez na literatura fantástica primitiva, que não se pode chamar de literatura fantástica, pois antigamente as pessoas que a escreviam acreditavam piamente que ela era real. Gostei de ouvir falar das origens deste género de literatura que cada vez mais tem vindo a ter reconhecimento no nosso país.

Infelizmente não consegui ver a próxima apresentação, no entanto mais tarde irei, com certeza, ouvi-la. Chegou a altura de falarmos de Steampunk. Um género literário que tem estado a dar cartas. Não só a nível da literatura, mas também a nível de moda e design. Cada vez mais há pessoas a transportarem para a realidade deste século peças a vapor, tanto a nível de roupa, como de acessórios, e até como complementos a objectos como computadores. Gostei da apresentação da Angélica Elfic, que nos deu a conhecer de onde vinha a sua paixão pelas criações Steampunk e nos deu também a conhecer o seu percurso, que neste momento parece-me estar bem encaminhado. Ainda neste tema, houve a apresentação do Almanaque Steampunk 2013, que como não podia deixar de ser fez-me companhia até casa, e que também se encontra rabiscado. Este ano o Almanaque está maior, e daquilo que já me foi dado ler estou a gostar mais do que gostei o ano passado.

Após o intervalo foram-nos apresentadas as revistas Bang! e Bang! Brasil. O processo da Bang! Brasil foi mais abordado que a sua irmão Portuguesa, nomeadamente porque houve todo um novo processo por trás desta revista. Tivemos ainda o prazer de ouvir uma das colaboradoras brasileiras falar sobre a sua experiência na criação da Bang!, bem como aquilo que pensa acerca da necessidade de existir uma revista como esta.

Seguindo para a apresentação do livro Brasil, tenho que confessar que estive um pouco distraída durante esta apresentação, mas tenciono ouvi-la mais tarde. Do pouco que fui apanhando o autor é uma pessoa 5 estrelas, super divertida e simpática, com um grande sentido de humor. Algumas ideias que fui apanhando acerca das temáticas que ele gosta de abordar deixou-me curiosa, e a descrição que ele faz do livro também. É sem dúvida um livro a adquirir no futuro.

Para acabar o dia em beleza fiquei a assistir à apresentação da Antologia Winepunk. Já tinha visto algumas informações na internet e tinha ficado bastante curiosa. Assim sendo fiquei a saber mais pormenores acerca da origem do projecto, da concepção do mesmo, das regras para as participações e ainda ficámos a conhecer os autores que irão participar no projecto. Foi ainda dada a informação que o projecto irá estender-se por três Antologias diferentes, abordando diferentes situações. A primeira antologia vai chamar-se A Guerra das Pipas e vai-se passar maioritariamente num Porto Monárquico, monarquia essa que terá durado 3 anos após a implantação da República em Lisboa. Uma das grandes surpresas que tive foi o facto de na antologia ir participar um autor estrangeiro e de ter ficado decidido que o conto iria aparecer tanto na sua língua original como traduzido. O facto de as editoras darem a indicação que o final é dos mais portugueses que poderia existir deixou-me bastante curiosa. A intenção seria apresentar a Antologia neste FF 2013, no entanto tal não foi possível. Assim sendo tivemos direito a um mimo, uma gazeta que faz ligação com a antologia que há-de vir e que nos dá dicas sobre o que podemos esperar. Esta Gazeta só esteve disponível durante o dia de hoje, por isso quem não a adquiriu nunca vai ter oportunidade de o fazer. Gostava apenas de fazer um pequeno aparte, uma das organizadoras da antologia é uma das minhas autoras favoritas de contos portugueses, a AMP Rodriguez. Não li muitas coisas dela, mas do pouco que li fiquei sempre completamente cativada. Fiquei muito feliz por ter conhecido alguém que me transmite tantas sensações através das sua escrita e por ter também regressado a casa com um autógrafo da mesma.

Claro que não poderia deixar de mencionar as minhas aquisições. Neste primeiro dia trouxe comigo o Almanaque Steampunk e a revista Lusitânia, bem como a Gazeta Winepunk, todas devidamente rabiscadas! Trouxe ainda da bancada da Saída de Emergência A Canção de Kali, A Corte do Ar e ainda a revista Bang! 15. Foi um dia muito proveitoso, e amanhã estarei no mesmo sítio à mesma hora...