segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Opinião - O Verão dos Brinquedos Mortos

Ficha Técnica:
Autor: Antonio Hill
Título Original: El verano de los Juguetes Muertos
Páginas: 344
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720045881
Tradutor: Helena Pitta

Sinopse:
O inspetor Héctor Salgado está afastado do serviço há semanas quando lhe atribuem, extra-oficialmente, um caso delicado - o aparente suicídio de um jovem de boas famílias. À medida que Salgado penetra num mundo de privilégios e de abusos de poder, o caso, aparentemente simples, complica-se de forma inesperada, e o inspetor terá de enfrentar não só esse mundo mas também o seu passado mais obscuro, que, no pior momento, volta para ajustar contas. Os sonhos, o trabalho, a família, a justiça e os ideais têm um preço muito alto, mas há sempre quem esteja disposto a pagá-lo.

Opinião:
O Verão do Brinquedos Mortos começa com o inspector Salgado a voltar de umas férias forçadas. Isto porque há bem pouco tempo se meteu em sarilhos durante a investigação de um caso. É a partir desta situação que se nos apresenta o principal fio condutor da narrativa, a morte de Mark. Ambas as histórias se desenvolvem em paralelo principalmente porque têm no seu centro a mesma pessoa o inspector. Se por um lado há toda a investigação ligada à morte de Mark e que é dirigida por Salgado, por outro lado temos a trapalhada em que este se colocou e em que o próprio acaba a ser investigado.

No geral a história agradou-me. A linguagem do autor é simples de se seguir e a maneira como este estrutura a narrativa torna-a mais interessante. É um daqueles autores que opta pelo ponto de vista das diversas personagens que estão ligadas aos casos. Nesta história não temos o ponto de vista do vilão, o que é uma mais valia, pois assim a autora consegue manter o mistério até ao fim. Se vem que pequenos parágrafos a mostrar um lado mais psicótico do vilão, sem dar a entender quem seria, poderia ter criado mais impacto e apreensão no leitor. Tal como já referia o autor consegue manter-nos no escuro durante quase toda a obra, sendo que as descrições que vai efectuando nos vão afectando cada vez mais, são sempre descrições muito visuais. Sendo que não nos leva a desconfiar de nada nem ninguém. A trama começa a tornar-se cada vez mais complexa com o desenrolar dos acontecimentos, e cada informação obtida parece criar mais dúvidas do que propriamente esclarecê-las. No entanto achei o final um pouco apressado e penso que poderia ter sido desenvolvido um pouco mais relativamente a determinados aspectos.

Relativamente ás personagens, havia alturas em que me sentia ligada a elas e as compreendia, havia outras em que elas não me diziam nada. Esta situação torna difícil perceber o que realmente sentimos pelos personagens dificultando assim a fluidez da história. No geral gostei de ambas as personagens principais, mas fiquei a sentir que faltava ali qualquer coisa. Havia alturas em que não conseguia compreender as suas motivações e a sua maneira de agir. Bem como às vezes ficavs a perguntar-me o que terá acontecido a determinado personagem para que tenha aquela maneira de agir e no fim sentimos que o fez e que o é porque é assim e não porque possa ter existido algo que o magoou. Sendo que a dita acção seria melhor compreendida e enquadrada em determinado tipo de situações.

Não podia deixar de referir que em algum momento do livro me apercebi que estava em Espanha. Para mim bem que tudo se poderia ter passado na América, que basicamente seria só trocar os nomes dos locais e personagens. Achei também que não havia necessidade dos dois plots abordados no livro, até porque não consigo ver a ligação entre os dois casos. Pode ser que o autor esteja a usar a situação que nos é apresentada inicialmente para fazer a ponte ente os seguintes livros.

No geral é uma leitura simples e agradável. Uma leitura que nos deixa curiosos acerca da necessidade do ser humano de descobrir tudo e do que somos capazes para conseguirmos aquilo que queremos.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

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