sábado, 12 de outubro de 2013

Opinião - Quinta-feira no Parque

Ficha Técnica:
Autor: Hilary Boyd
Título Original: Thursdays in the Park
Páginas: 308
Editor: Noites Brancas
ISBN: 9789899788039
Tradutor: Maria João da Rocha Afonso

Sinopse:
Jeanie foi uma esposa terna durante mais de 30 anos, uma mãe dedicada e, mais recentemente, uma avó alegre. Mas Jeanie tem um segredo: o marido, George, há muito que não dorme na sua cama. Estará apaixonado por outra mulher? O que terá ela feito de errado? Por mais perguntas que coloque, Jeanie permanece sem respostas.

Neste turbilhão emocional, Jeanie anseia pelas quintas-feiras, o dia mais luminoso da semana. Às quintas, ela leva a sua neta a brincar no parque. E é aí que encontra Ray, também ele a tomar conta do neto. Ray revela-se um homem amável, bonito e bom conversador - exatamente o contrário de George. De repente, Jeanie sente-se de novo atraente e viva, e apaixona-se por Ray. Mas terá ela a coragem para, contra tudo e contra todos, virar a sua vida do avesso e dar uma nova oportunidade ao amor?

Opinião:
Quinta-feira no parque conta a história de Jeanie, uma mulher com 60 anos, e que está casada com o seu meu marido à 30 anos. Mas será ela feliz ou será simplesmente a conveniência e o habito de estarem juntos que mantém o casamento? E é durante uma fase mais "turbulenta" da vida de Jeanie que esta conhece Ray, um homem que costuma ir com o neto para o parque às quintas-feiras, tal como Jeanie vai com a sua neta. É ao começar a falar com Ray que Jeanie se volta a sentir viva e começa a perceber o quão o seu casamento é uma farsa.

A história em si não é nada de especial, a premissa não tem nada de original, igual a tantas outras que se vêem hoje em dia, o que o livro tem de positivo é as personagens. Na maior parte são todas personanges bem construídas, carismáticas com as quais nos conseguirmos relacionar em algum momento durante a narrativa. São ainda personagens que têm os seus traumas, os seus demónios, e que ao longo da história vão aprendendo a ultrapassá-los. Apesar de a história ser contada do ponto de vista de Jeanie conseguimos conseguir perceber claramente qual é o ponto de vista de cada um dos personagens relativamente a esta relação que se vai desenvolvendo entre Ray e Jeanie. Além de podermos também ver o que a geração mais nova pensa de uma pessoa de 60 anos e como é que na maior parte das vezes essa pessoa realmente se sente.

Outra característica do livro que me levou a que gostasse tanto dele é as verdades que podemos encontrar. Constantemente na nossa vida estamos rodeados de situações que presenciamos mas fingimos não notar, ou às quais não damos a devida atenção. Neste livro vemos como os segredos, os traumas, mas principalmente o medo de os enfrentarmos nos destrói e leva à destruição daquilo que é o mais importante para nós. Vemos ainda como às vezes estamos tão confortáveis com algo, mesmo que esse algo nos faça infelizes, que quando nos surge uma oportunidade de mudar-mos limitamo-nos a virar-lhe as costas e continuar com o nosso mundinho. E apercebi-me ainda que na maior parte das vezes não damos o devido valor às pessoas com mais idade que nós. Que começamos a pensar que elas não são capazes de tomar conta de si próprias e tomamos decisões por elas, obrigamo-las a verem-se como nós as vemos, quando muitas das vezes a nossa realidade está desfasada.

Houve apenas um pequeno pormenor no livro, que me aborreceu sobre maneira. Mas estar a dizer o que é seria spoilar alguém, e isso não teria muita piada. Assim sendo aconselho este livro aos mais curiosos. Uma leitura rápida, mas cheia de sentimentos e que merece ser lida.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

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