domingo, 11 de janeiro de 2015

Opinião - A Mulher do Viajante no Tempo

Ficha Técnica:
Autor: Audrey Niffenegger
Título Original: The Time Traveler's Wife
Páginas: 481
Editor: Presença
ISBN: 9789722332743
Tradutor: Fernanda Pinto Rodrigues

Sinopse:
Audrey Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance prodigioso. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal, cria um enredo arrebatador, que alia a riqueza emocional a um apurado sentido do suspense. Este livro é, antes de mais, uma celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo, que para Henry assume contornos estranhamente inusitados - Cronos preparou-lhe uma armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer para uma data e um local inesperados. Uma obra inesquecível, que retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo.

Opinião:
Este é um livro estranho. Estranho porque nos fala de uma história de amor através do tempo. No entanto nesta história não é algo linear. Afinal um dos protagonistas conhece pela primeira vez o amor da sua vida já depois dos 30 anos, apesar de nesse mesmo momento se encontrar casado com ele. Confesso que ao início foi algo complicado conseguir perceber e interiorizar o que ía acontecendo. É fácil confundirmos as diferentes situações na sua linha temporal, simplesmente porque não existe uma linha temporal e está tudo meio que misturado. Pelo menos do ponto de vista de Henry. Contudo ao longo do livro vamo-nos habituando a estes saltos temporais e à mistura de acontecimentos que fazem o passado e o presente encontrarem-se de formas inusitadas.

Gostei bastante de todos os personagens, desde os principais aos mais secundários. Cada um parecia ter a sua importância na história e por muito pouco tempo que tivessem de antena a verdade é que a autora lhes conseguiu dar um cunho distinto, levando a que o leitor as sentisse como reais. As interacções dos personagens estão, no geral, bem conseguidas. Vê-se que cada personagem influência a vida dos outros e vice-versa, o que me parece ser sempre importante numa boa história. No entanto tenho que confessar que algumas relações me fizeram alguma comichão.

Quanto a toda a história de viagens no tempo, gostei do facto de a autora ter pegado na ideia de ser uma anomalia genética sobre a qual se poderia eventualmente encontrar uma cura. É algo um pouco mais concreto do que o simples pode viajar no tempo porque sim. Aqui há um fundamento, uma mutação. Contudo a autora poderia ter aprofundado um pouco mais a ideia, ter dado ao leitor pormenores acerca das descobertas feitas e afins, porque aquilo que nos é transmitido é muito pouco.

A autora aborda ainda alguns assuntos interessantes ao longo da história, como por exemplo o destino. Será que estamos destinados a algo e que por muito que tentemos não conseguimos alterá-lo. Se o passado já está escrito porque estamos no presente então nunca o seremos capaz de alterar porque as decisões já foram tomadas e continuarão a sê-lo. Tudo isto levou a que sentisse que a relação de Henry e Clare não fosse natural. Toda a conversa acerca deste tópico no livro me deixou com a sensação de que eles não ficaram juntos porque gostavam um do outro, mas sim que gostavam um do outro porque estavam destinados a ficar juntos. Faz algum sentido? Outra coisa que também gostei de ver abordada no livro é que quando realmente se gosta de uma pessoa espera-se por ela para sempre. Este é também um livro que fala de segundas hipóteses. Da possibilidade de redenção e aceitação e da força de vontade para ultrapassar determinadas dificuldades.

Apesar de ser um livro que tem um final algo triste achei que este seria perfeito pois deixa o leitor com uma pontada de esperança para o futuro. Esta é uma bonita história de amor através dos tempos (literalmente), mas ao mesmo tempo é muito mais que isso. Aconselho.

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