sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Opinião - Fontiçaria

Ficha Técnica:
Autor: Terry Pratchett
Título Original: Sourcery
Páginas: 297
Editor: Temas e Debates
ISBN: 9727596878
Tradutor: Mário Dias Correia

Sinopse:
Em Fontiçaria,assistimos ao regresso de Rincewind, o jovem feiticeiro sem talento que vive de fazer biscates na Universidade Invisível. Certo dia, surge um rapazinho que por ser o oitavo filho de um oitavo filho de outro oitavo filho é um fonticeiro, ou seja, não apenas um feiticeiro, mas uma fonte de magia, uma raridade entre as raridades. O pequeno Coin assume imediatamente o controlo da Universidade e é acolhido com entusiasmo pelos feiticeiros residentes, fascinados com o poder da criança, mesmo quando ela decide transformar pessoas em fumo e sapos. Ignoram que Coin é, na verdade, controlado pelo espírito vingativo do seu pai, um feiticeiro a quem foi recusada a admissão na Universidade. Todavia, o chapéu do arquichanceler, símbolo supremo do poderio mágico na Universidade, tem outras ideias acerca do futuro. Ao fazer-se raptar pela jovem Conina, uma lutadora e ladra cheia de recursos, o chapéu está determinado a preservar a feitiçaria contra o poder cataclísmico da fontiçaria, que poderá destruir o próprio tecido do Discworld. E claro que o pobre Rincewind se vê envolvido nesta batalha entre feitiçaria e fontiçaria, pois só há espaço no Discworld para uma delas.

Opinião:
Oh meu Deus! Pratchett, quero mais Pratchett! Como é que é possível que cá em Portugal este autor fenomenal quase não tenha tido saída e por isso deixou de ser publicado? Dos cerca de 40 livros que existem, em Portugal só tivemos direito  meia dúzia, sendo esta meia dúzia logo os livros iniciais e por isso falta-lhes alguma da qualidade que se pode encontrar relativamente a este autor. Os primeiros três/quatro livros são mais fracos do que os seguintes e por isso para quem só lê em português é difícil obter uma noção da verdadeira dimensão do autor.

Contudo não me posso queixar. Depois deste Fontiçaria e do Pirâmides com certeza que vou começar a ler Pratchett em inglês. A sua ironia, as suas piadas e a maneira de descrever de uma maneira surpreendente as situações mais inusitadas fazem de Pratchett um mestre. Além das suas personagens extremamente peculiares e que fogem à norma.

Uma vez mais Rincewind é um dos focos da história que nos é apresentada. É impossível não adorar este Feiticeiro completamente cobarde, com uma apetência extraordinária para sobreviver às situações mais improváveis. Além disso é algo extraordinário ler os seus diálogos interiores onde a vontade de por uma vez fazer o correcto e por outro lado a vontade de sobreviver se digladiam. Voltamos também a ver a Mala. Esse ser estranho, cheio de personalidade e verdadeiramente assustador para os mais incautos. Gostei dos personagens novos que nos são apresentados, Conina, a filha de Cohen, já nosso conhecido. O seu sonho de ser cabeleireira não de coaduna de todo ao facto de ser uma assassina exímia tal como o seu pai. Coin é também um personagem estranho, que ao início parece ser possuidor de uma sabedoria incrível, mas que com o aproximar do final da narrativa percebemos que não é bem assim.

A acção desenrola-se rapidamente sempre com Rincewind na frente dos acontecimentos. É sempre ele, por muito que não queira, que leva a que determinados acontecimentos se precipitem levando a que o esperado não aconteça e mais uma vez salvando o mundo contra todas as probabilidades. Gostei de ver mais da personalidade dos feiticeiros e de como eles descrevem e sentem a magia, face à Fontiçaria. Foi um bom livro para ficar a conhecer um pouco mais da história do Discworld.

Fica a curiosidade para saber o que aconteceu verdadeiramente a Rincewind e de como é que ele vai sair da encrenca em que se meteu.

6 comentários:

  1. Ok... Tenho de voltar a ler Pratchett! Só li "Os Homenzinhos Livres" publicado pela SdE e lembro-me que não me cativou por aí além, apesar de ter gostado. Tenho aqui o "Nação" por ler da mesma editora que comprei por menos de 3€, como novo, por isso compensará certamente :p

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    1. á li o Nação à algum tempo e tenho a ideia que não gostei tanto quanto gosto de Discworld. Eu li os homenzinhos livres e gostei bastante. Mas há que ter um determinado tipo de maneira de ver as coisas para perceber o humor de Pratchett. Além de que acho que o hábito faz com que cada vez mais se torne mais fácil apreciar a escrita dele.

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  2. Respostas
    1. Como podes ver acima considero Pratchett um mestre. Acho que farias muito bem em experimentar um dos seus livros, mas não um dos primeiros.

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